TRABALHO EM EQUIPE – SERVIÇO VOLUNTÁRIO

Sabemos que o Mato-Grosso é um estado povoado por pessoas dispostas a construir uma nova realidade social. Não tem sido por falta de vontade ou de iniciativa de parte da população que ações ou projetos de transformação social deixam de ser realizados. O que falta, muitas vezes, são condições e uma nova visão educacional para que esses projetos sejam implementados. De acordo com essas perspectivas, é fundamental contribuir para a formação de pessoas, formação de profissionais e instituições que possam empreender ações de sucesso, onde o AMOR, a VERDADE e a EDUCAÇÃO, sejam o grande êmulo para a autoconquista.

Dentre as demandas sociais a serem supridas, estão os baixos índices de práticas culturais da população de jovens e adultos. Somos seres culturais e necessitamos de experiências culturais diversas. Através delas ampliaremos nossa visão de mundo e nossa capacidade de transformá-lo para melhor. Lembramo-nos, neste momento, do professor Domenico de Mais com seu livro O Ócio Criativo[1], propondo uma visão interdisciplinar, quiçá transdisciplinar, para trabalho, o estudo e o lazer.

Essa capacidade de transformação está diretamente ligada ao desenvolvimento da inteligência. A inteligência que é uma só, mas que poderemos dividi-la em três partes para, didaticamente, melhor compreendê-la: inteligência cognitiva, inteligência emocional e inteligência volitiva. Ou seja, o pensar, o sentir e o querer. Ou em outras palavras: razão, sentimento e vontade.

INTELIGÊNCIA INTEGRAL

As escolas, tanto públicas ou privadas, de um modo geral, têm desenvolvido com seus alunos somente a inteligência cognitiva, ou o pensar. Raras são àquelas que se dedicam ao desenvolvimento emocional e raríssimo ou quase nulo são às que se dedicam ao desenvolvimento da inteligência volitiva.

Adolfo Hitler foi um homem muito inteligente, mas somente no aspecto cognitivo. Já Mohandas Karamchand Gandhi foi um homem integralmente inteligente: cógnita, emocional e volitivamente.

Assim, podemos dizer que quanto mais palavras conhecemos, mais frases podemos formular. Quanto mais sentimentos desenvolvemos melhor nos relacionaremos. Quanto mais fortalecemos nossa vontade mais ações éticas e ecológicas desenvolveremos. Assim também essa integralidade estrutura a interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade, a transpessoalidade, a visão holística, a ação ecologicamente profunda.

Gandhi afirmava que a força da violência vem de fora e a força da paz vem de dentro do indivíduo e por isso criou o SATYAGRAHA, conhecido também como a “Força da Verdade”. Essa verdade é ignorada e por isso o indivíduo acredita que seja mais fácil agredir e violentar para conquistar os seus objetivos do que utilizar o diálogo e a cooperação onde todos se responsabilizam por soluções integrais e pacíficas.

Os sociólogos clamam educação para diminuir a violência, mas essa educação deve ser baseada em princípios que modifiquem os padrões de comportamento bem como a relação do indivíduo com o meio.

Interessante como muitas organizações vem escolhendo currículos que espelham não somente a capacidade técnica, mas também a capacidade de resolver conflitos e a capacidade de – por mais incrível que pareça para o mundo capitalista – doar-se em trabalhos voluntários.

Segundo definição das Nações Unidas, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos…”

O voluntário é um ator social, um agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos. Realiza um trabalho gerado pela energia de sua consciência solidária, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político, emocional.

   Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.

Empatia, humildade, responsabilidade cívica, solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como virtude do indivíduo. A prática do bem salva a alma; numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do homem. A caridade, reforçada pelo ideal, os sistemas de valores, e o compromisso com determinadas causas são componentes vitais do engajamento.

Atores sociais em Juína, em 2006 deram exemplos disto. A AJES (Associação Juinense de Ensino Superior) juntamente com o Poder Judiciário Eleitoral desenvolveram uma estratégia educacional para alcançarem um excelente resultado cidadão. Assista ao vídeo e boas reflexões.

Professor Albérico Cony


[1]  DE MASI, Domenico. O ócio criativo. 4ª Ed. Sextante. Rio de Janeiro, 2000.

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